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Iniciativa debate conjuntura e caminhos para a América Latina durante Fórum Social das Resistências

A atividade autogestionada “América Latina: que caminhos seguir” ocorreu em 17 de janeiro durante o Fórum Social das Resistências, em Porto Alegre, e contou com ativistas de diferentes países: Nicarágua, Venezuela, Peru, Brasil, Bolívia, Uruguai, Chile e Argentina.

Fruto de uma iniciativa de diversas organizações brasileiras que buscam refletir sobre os desafios atuais da região latino-americana, a atividade “América Latina: que caminhos seguir” é uma continuidade do seminário realizado em agosto de 2016, em Montreal, durante o Fórum Social Mundial, na qual foi feita uma avaliação crítica sobre os governos progressistas na região (faça o download do documento síntese do encontro aqui).

Nesta segunda atividade, através dos acúmulos gerados no encontro anterior, buscou-se discutir ações e iniciativas que poderiam ser tomadas para superar a crise de múltiplas naturezas que a região enfrenta. Discutiu-se a conjuntura crítica que a América Latina atravessa e os traços comuns e particulares da situação de vários países da região.

Dentre as questões debatidas sobre as políticas adotadas nos últimos anos constam o ônus representado pela manutenção de um modelo que aprofunda o extrativismo, o consumismo e a dependência; a ruptura parcial com as políticas neoliberais; a incapacidade de conciliar as demandas das populações indígenas e movimentos ambientais; os erros cometidos pela esquerda na relação com o Estado e o poder, com o abandono da democracia direta e participativa, a autonomização e corrupção de dirigentes, a governabilidade por alianças conservadoras; o deslocamento do imaginário de setores populares para posições conservadoras; e o cenário adverso para a esquerda mundial.

Tendo em vista a profundidade da crise, não é simples apontar caminhos para sua superação, mas ao longo do debate diversas intervenções indicaram a importância do fortalecimento de uma sociedade civil organizada e independente de interesses partidários, que possa pressionar pela manutenção e qualidade dos direitos e políticas públicas de maneira autônoma.

Nesse sentido, a atividade foi um importante espaço de reflexão e articulação de organizações e movimentos sociais da América Latina que buscam defender os princípios democráticos e colaborar para que ações de natureza progressistas, de fato, possam ganhar apoio e repercussão frente ao avanço de posições conservadoras, autoritárias e preconceituosas que vêm surgindo tanto na região quanto no mundo.

As análises de caráter mais propositivo feitas durante o debate serão sistematizadas e somadas ao documento anterior (“América Latina Hoje: uma avaliação crítica sobre a esquerda e os governos progressistas”), que será editado e relançado até meados deste ano.

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