Camisa Verde e Branco

Camisa Verde e Branco
Rua James Holland, 663 - Barra Funda
Como chegarÁreas de atuação
Viadutos atropelaram o Largo da Banana, que hoje é só memória. Era lá que no início do século XX as/os mercadoras/es aguardavam a chegada das cargas que alimentavam a cidade de São Paulo.
Foi neste ponto de encontro na Barra Funda, onde se jogava tiririca enquanto o trem não chegava, que Dionísio Barbosa fundou o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda. A elegância negra dos sambistas vestindo calça branca, camisa verde e chapéu de palha deu novo nome ao grupo, que em 12 de março de 1914, passou a ser chamado de Cordão Carnavalesco Camisa Verde.
A territorialidade de trabalhadoras/es negros se compunha com a presença de trabalhadoras/es italianos na Barra Funda. Esse elemento contextualiza o fato de que em 1939, o verde da camisa das/dos integrantes do cordão foi confundido com uniforme dos militantes fascistas da Ação Integralista Brasileira. E assim o cordão foi perseguido e fechado pelo governo de Getúlio Vargas.
Só em meados de 1952 as atividades foram retomadas pelo “Mulata” (Inocêncio Tobias), foi o início da dinastia da família Tobias na escola, e o grupo passou a se chamar Camisa Verde e Branco.
Na ditadura militar a escola foi novamente perseguida pelo Estado e teve seu samba-enredo censurado, era uma homenagem ao herói negro da Revolta da Chibata, João Cândido.
O Camisa Verde e Branco é escola de muito brilho, glórias e prêmios, conhecida pelos seus integrantes consagrados como Ideval Anselmo, o maior vencedor de samba-enredo do Brasil, o compositor Talismã e o Mestre-Sala Delegado. Hoje passa por muitas dificuldades e resiste com tradição ao avanço da mercantilização do carnaval.
GRIÔS, A ORALIDADE EM FORMA DE SAMBA
O falar e o cantar são formas de expressar saberes ancestrais da cultura afro brasileira de geração em geração. Toda comunidade negra tem seus “Griots”, que são contadores de histórias que carregam nos seus corpos os valores, as lutas, os feitos e os aprendizados de seu povo. Encantadores/as, as/os Griots nos envolvem em seu canto e nos levam à paisagens e vivências remotas.
DONA SINHÁ
Em uma época em a polícia perseguia todas e todos as/os batuqueiroas/os da paulicéia, essa dama do samba liderava as/os sambistas desde os primórdios da Escola Camisa Verde e Branco.
Hoje o direito de sambar ainda está garantido graças à mulheres como Dona Sinhá.
MESTRE DADINHO
O paulista Eduardo Joaquim nasceu 08 de agosto de 1943. Conhecido como Seu Dadinho, fez carreira nos Correios, mas sempre dividiu o seu tempo e dedicação com samba.
Seu Dadinho é considerado um dos fundadores da escola de samba Camisa Verde e Branco e conviveu com grandes baluartes como Seu Inocêncio no Camisa Verde, Pé Rachado da Vai-Vai, Seu Carlão do Peruche, Madrinha Eunice no Lavapés (primeira escola de samba de São Paulo, ainda em atividade) e Alberto Alves da Silva da Nenê de Vila Matilde. Todas essas personalidades plantaram a semente do samba no estado de São Paulo.
Ritmista e compositor de mão cheia, já coordenou a bateria da escola e escreveu canções como Peso da Tradição, Festa No Morro, Malandro Vacilão, Canto Pra Viver, Revelação, Eta Samba Bom.
DONA DUDA RIBEIRO
É professora de Educação Musical e Expressão Corporal, cantora, relações públicas, diretora de ala e apresentadora de eventos.
Nasceu no Rio de Janeiro, mas foi criada em São Paulo, no bairro da Lapa, zona oeste. Militou por 9 anos da Escola de Samba Vai Vai a convite do padrinho, o sambista Geraldo Filme, e depois no Camisa Verde e Branco a convite do Sr. Carlos Alberto Tobias.
Foi dançarina e, depois, backing vocal do programa Show do Sargentelli na década de 70 e a única mulher a integrar o tradicional JB Samba.
Foi eleita Cidadã Samba de São Paulo em 2005 por unanimidade, e agraciada com o título de Embaixatriz do Samba de São Paulo pela Embaixada do Samba Paulistano.