EMEF Prof.ª Áurea Ribeiro Xavier Lopes

EMEF Prof.ª Áurea Ribeiro Xavier Lopes
R. Carminha, 103 - Parque Sao Lucas
Como chegarÁreas de atuação
Como parte do eixo de Promoção dos direitos de crianças e adolescentes, a EMEF é um serviço de ensino fundamental I e II voltado para crianças de 7 a aproximadamente 14 anos, são 677 estudantes atendidos nos turnos da manhã e tarde.
ATUAÇÃO EM REDE
Desenvolvem atividades em parceria com o NAAPA e com o Núcleo de Relações Raciais da DRE Ipiranga.
PRÁTICAS ANTIRRACISTAS:
Projeto Memória da Pele Preta, do Professor Marcos Roberto da Silva do Carmo
Iniciamos o projeto das aulas de história com o diagnóstico do que sabíamos sobre nossa cidade e seu percurso histórico. Este momento, atrelado ao plano de ensino da disciplina e os princípios contidos em nosso PPP ocorreu de março a junho. Nesta etapa traçamos as dificuldades de compreender o processo histórico da formação identitária paulista através dos estudos bibliográfico. Porém, como relatavam os alunos, observar a proposta de estudo era difícil: “não consigo ver isso professor”. Era subjetivo demais entender a miscigenação e como as etnias foram invisibilizadas. Com este questionamento, iniciamos as aulas expandidas com o objetivo inicial de entendermos a construção social da Cidade de São Paulo tendo como marcos os séculos XIX e XX. Realizamos inúmeras saídas tais como: Catedral da Sé e sua cripta, Solar da Marquesa de Santos, Pátio do Colégio, Viaduto do Chá, Teatro Municipal, como visitação guiada em seu interior, Cemitério da Consolação, inusitado, mais primordial para observar os símbolos de uma classe social que tomou posse da identidade paulistana. Quando iniciamos as análises dos materiais colhidos na pesquisa de campo, principalmente, ao comparar aos livros didáticos que temos em nossa escola, negros e índios eram de fato renegados como agentes da construção de nossa cidade, tanto quanto, de nossa identidade. Os debates foram intensos em sala de aula até que surgiu a ideia de se fazer um senso étnico na escola, e foi o que os dois 8º anos fizeram. Estudaram como se faz uma pesquisa e a realizaram na escola toda, incluindo os profissionais que nela trabalham. O resultado chamou a atenção sobre a questão da negritude em nossa escola, pois, eles fizeram um levantamento por observação e depois realizaram a pesquisa. A observação em relação à cor da pele não batia com a Autodeclaração que obtiveram, ou seja, havia uma diferença muito grande entre o que eles viam e o que as pessoas se declaravam. Com esta constatação, outro incomodo surge, pois eles mesmos constataram que nada sabiam sobre a história afrodescendente no Brasil, ou pior, só sabiam da dor e do sofrimento dos africanos escravizados. Mudar este olhar passou a ser o objetivo das turmas e foi onde surgiu à ideia de mudarem o tema do TCA que já estavam desenvolvendo e passar a pesquisar as origens da positividade em ser negro no Brasil e a primeira coisa que propuseram foi encenar o ORGULHO da pele preta . Para tal empreitada era necessário, além da pesquisa bibliográfica das personalidades negras, entender melhor o assunto. O grupo se reuniu e, sem saberem se conseguiriam, mandaram um e-mail para o educador e Mestre Valdenor dos Santos para ministrar uma palestra formativa para as duas salas dos 8º anos. Com as pesquisas realizadas, biografias das personalidades negras da história do Brasil prontas, e a formação com convidados coroando a formação do conhecimento, foram para a construção da peça teatral. As turmas também apresentaram seus trabalhos na Mostra TCA 2017 da DRE Ipiranga, o que foi uma experiência fantástica, por se tratar de um teatro de verdade (conforme relato dos alunos).
Os Objetivos desse projeto são:
• Conhecer e refletir sobre as experiências históricas e produções culturais do negro no Brasil, entendidas como matriz da sociedade e identidades brasileiras;
• Tornarem-se multiplicadores de valores antirracistas, ao promover a reversão de estereótipos negativos, possibilitando aos alunos negros a construção de uma autoimagem positiva;
• Sensibilizar, os autores do projeto (as turmas) e todos que compões a Unidade Escolar, para a importância de refletirmos sobre as Africanidades no cotidiano e no currículo escolar;
• Apresentar as principais questões relacionadas a esta temática e levantar algumas pistas para trabalhar de forma interdisciplinar e autoral;
• Aprender ao articular contextos, vivências e seus conhecimentos prévios. Nessa medida foi possível perceber o processo de construção identitária dos estudantes se consolidando ao longo do percurso, o que fortaleceu questões de negritude e reforçaram a necessidade do reconhecimento, da compreensão e do respeito a diversidade étnica/cultural.
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