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Fórum Social Temático Reforma Política: pela democratização do poder é lançado em São Paulo; entenda a proposta

Iniciativa pretende aprofundar debate sobre o tema com ampla participação e atividades autogestionadas pelo país

Na quarta-feira (18/03) foi realizado o lançamento do Fórum Social Temático (FST) Reforma Política: pela democratização do poder, iniciativa que busca colaborar com propostas e estratégias para construção de uma Reforma Política popular, alinhada as agendas dos movimentos sociais. O objetivo do encontro foi apresentar como o processo vem sendo desenvolvido e ampliar rede de articulação desta iniciativa.

Américo Sampaio, da Rede Nossa São Paulo, falou sobre o histórico de trabalho desenvolvido pelo grupo de pessoas que encampou a proposta de um Fórum Social Temático Reforma Política. Além de apresentar brevemente os consensos construídos, Sampaio ressaltou que o processo ainda em elaboração está aberto a contribuições e novas adesões de coletivos, movimentos, organizações e indivíduos.

Os/as interessados/as em integrar a iniciativa e o comitê podem mandar um e-mail para forumsocial.reformapolitica@gmail.com e aguardar orientações sobre encontros e próximas atividades.

FST Reforma Política será realizado a partir de junho, conheça as etapas do processo

A princípio, o Fórum Social Temático Reforma Política está dividido em dois momentos: primeiramente descentralizado – entre os dias 27/06 a 02/07 – e posteriormente centralizado – nos dias 3, 4 e 5 de julho.

Na etapa descentralizada, organizações, movimentos e coletivos podem inscrever atividades através do site do FST Reforma Política, ainda em construção. Segundo Sampaio, esse espaço será um importante ponto de encontro do processo, apresentando a metodologia e divulgando uma ampla programação com todas as atividades inscritas.

Movimentos que já trabalham com a pauta da Reforma Política e organizações e coletivos que se sentirem mobilizados pelo FST Reforma Política podem inscrever suas atividades. O princípio é o mesmo do Fórum Social Mundial, com atividades auto-gestionadas, de responsabilidade daqueles que a estão promovendo. O Comitê Facilitador, que deverá se formar até o início dessas atividades, irá conduzir a mediação, com vistas a facilitar todo o processo, viabilizando a realização do encontro.

Para auxiliar na organização, na mobilização e na inscrição das atividades, foi pensada uma divisão de onze eixos, que ainda estão em construção:

1) Sistema eleitoral e financiamento de campanha;

2) (Sub)representação e igualdade na política;

3) Democracia direta e participativa;

4) Constituinte Exclusiva;

5) “Devolve Gilmar”;

6) Democratização dos meios de comunicação;

7) Combate à corrupção;

8) Democratização do Judiciário;

9) Desmilitarização da política e descriminalização dos movimentos sociais;

10) Transparência e Controle Social;

11) Outros (para todos aqueles proponentes que não se sentiram contemplados nos eixos propostos).

A ideia de construir uma primeira etapa descentralizada durante uma semana é fomentar a participação em abrangência nacional. As atividades podem ser realizadas em diversos formatos: oficinas, seminários, palestras, marchas, entre outros. A divisão por eixos facilita a identificação das atividades e de seus proponentes, constituindo assim um amplo panorama para o público.

Já a etapa centralizada do FST Reforma Política pretende ser um momento de encontro, de debate em conjunto, de encaminhamento das propostas e deverá acontecer em São Paulo. Na sexta-feira (03/07) será a abertura; no sábado (04/07), novas atividades serão realizadas, agora centralizadas em um único lugar, nos mesmos moldes da etapa anterior; por fim, no domingo (05/07), vão acontecer grandes plenárias de convergência pela manhã.

A ideia é realizar um processo de sistematização das atividades – quais aconteceram, quantas pessoas se reuniram, como se deu, quais foram os principais pontos debatidos, os encaminhamentos, entre outras questões. A partir dessa leitura, as plenárias de convergência devem caminhar em torno da identificação dos consensos e das estratégias para se trabalhar a pauta da Reforma Política. Para finalizar o processo do Fórum Social Temático Reforma Política, uma marcha deve acontecer do local da plenária final até uma praça ou local simbólico, onde serão divulgados os resultados do processo de construção.

Histórico

Em dezembro de 2014, integrantes da Coalizão Estadual da Reforma Política Democrática de São Paulo tiveram a ideia de construir um Fórum Social Temático pela Reforma Política, inspirado pelo processo do Fórum Social Mundial. O FSM se destaca como um método, um instrumento que possibilita o encontro e facilita a articulação, aproximando diferentes instituições e movimentos.

O Fórum Social Mundial acontece agora bienalmente – centralizado e descentralizado – e tem incorporado experiências exitosas através dos Fóruns Sociais Temáticos. “São muitas as possibilidades que nós temos de trabalhar com esse fantástico instrumento mobilizador que é o Fórum Social”, disse Sampaio.

O Fórum Social Temático é igualmente uma ferramenta de mobilização que facilita o diálogo entre aqueles que estão trabalhando com o tema, ampliando nossa capacidade de aprofundamento do debate.

A primeira reunião para construir o processo de um FST Reforma Política aconteceu em janeiro de 2015. “Para nossa surpresa, uma coisa que imaginávamos de forma mais modesta e mais precisa, apareceram na primeira reunião mais de cinquenta pessoas, dos mais diversos movimentos e organizações”. A partir de então, o grupo foi se constituindo e as discussões avançaram para se chegar “num conceito, num método, num discurso, numa narrativa que coloque o Fórum Social Temático pela Reforma Política na conjuntura atual”, afirmou.

O texto base da metodologia do FST Reforma Política, escrito a muitas mãos, foi um dos consensos alcançados pelo grupo desde então. A ideia do encontro ampliado realizado na quarta-feira foi apresentar tais consensos e convocar movimentos, organizações e coletivos para se integrar a esse processo. Vale destacar que este texto não está finalizado, e sim aberto para sugestões.

Sampaio destaca que é preciso fortalecer, ampliar e divulgar mais amplamente a ideia de um Fórum Social Temático Reforma Política e que a avaliação do grupo que o constitui atualmente é que “é essa construção de baixo pra cima, com muitas ideias, com muitas possibilidades e estratégias de combater uma contrarreforma política que vem sendo produzida, trabalhada dentro do Congresso, que talvez seja uma possibilidade de conseguirmos conquistar corações e mentes, independente de qual estratégia específica em si”.

O lançamento da quarta-feira contou com a presença de Cibele Vieira, do Plebiscito Constituinte, Caci Amaral, da Coalizão pela Reforma Política Democrática, Sérgio Haddad, da Ação Educativa, e Américo Sampaio, da Rede Nossa São Paulo. Estiveram presentes mais de cinquenta pessoas no auditório da Ação Educativa, além daqueles que puderam acompanhar a transmissão ao vivo.

Veja o vídeo completo do evento aqui.

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