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Abong realiza Assembleia Geral e elege nova diretoria

A Abong – organizações em defesa de direitos e bens comuns realizou, nos dias 27 e 28 de fevereiro, sua Assembleia Geral, o espaço democrático em que todas as associadas têm direito à voz e o mesmo peso no voto. Trata-se da instância máxima de decisão sobre as prioridades de atuação política e para eleição da direção para os próximos três anos.

Na ocasião, foram eleitos/as para compor a direção executiva: Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental; Damien Hazard, da Vida Brasil-BA; Ivo Lesbaupin, do ISER Assessoria – Religião, Cidadania e Democracia; Raimundo Augusto de Oliveira (Cajá), da Equip – Escola de Formação Quilombo dos Palmares; e Vera Maria Masagão Ribeiro, da Ação Educativa, reeleita depois de compor o Conselho Diretor entre 2010 e 2012.

A direção executiva integrará o Conselho Diretor em uma nova estrutura da associação, também aprovada na Assembleia. A partir de agora, haverá representações estaduais, em lugar das direções regionais. A mudança decorreu dos debates sobre as novas formas organizativas da Abong e a necessidade de fortalecimento da base associativa. A proposta é que as representações estaduais fortaleçam e articulem as associadas de forma mais dinâmica e intensa.

A definição das prioridades de atuação e da política da associação esteve embasada no debate sobre a conjuntura nacional e internacional, que possibilitou ao conjunto de associadas propor uma agenda de incidência para o próximo período. Dentre as questões abordadas, é possível destacar a participação na Plataforma pela Reforma Política e na Plataforma por um novo Marco Regulatório para as Organizações da Sociedade Civil; a apresentação do estudo e guia sobre o acesso das organizações aos fundos públicos federais; a temática relacionada às novas Concepções de Desenvolvimento; a participação da Abong na Cúpula dos Povos e na Rio+20; e a atuação e incidência no Fórum Social Mundial, na Mesa Latinoamericana de ONGs, no Foro Aberto sobre a efetividade das Organizações da Sociedade Civil e no Fórum Internacional de Plataformas Nacionais de ONGs (FIP).

Para compreender melhor o momento e desafios colocados para as organizações da sociedade civil, em especial as de defesa de direitos e bens comuns, foi feita a apresentação de resultados da pesquisa de Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (Fasfil) 2012 e dos primeiros resultados da nova edição do perfil das associadas da Abong. No debate, as associadas apontaram a importância de a próxima gestão ter como principal prioridade o fortalecimento da base associativa, através da qualificação da comunicação interna, do aumento de número de entidades associadas, e também do investimento na área de formação.

A partir dos debates e análise crítica da conjuntura, foram definidas cinco prioridades para o próximo triênio (2013-2015):

1 – Fortalecer a base associativa, através do investimento em sua sustentabilidade política e financeira e na ampliação do número de associadas. Dinamizar a relação entre as associadas e a Abong, estabelecendo conexões mais claras entre o trabalho de articulação e representação política da associação e o que é realizado pelas entidades na base.

2 – Radicalizar a luta por um novo marco regulatório para as organizações da sociedade civil, através do reforço da articulação – tanto nacional como latino americana – em prol desta causa, através de estudos, incidência no Congresso e melhor comunicação com a sociedade. Lutar contra a criminalização de movimentos sociais e organizações da sociedade civil.

3 – Aprofundar a crítica ao modelo de desenvolvimento dominante, produtor de desigualdade social e depredador dos bens naturais; promover a construção de paradigmas alternativos que priorizem o bem viver, a justiça social e ambiental; e difundir as práticas sustentáveis existentes.

4 – Contribuir para o avanço da democracia participativa e do controle social das políticas públicas. Neste sentido, lutar por uma Reforma Política ampla, pelo financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais, pela regulamentação dos instrumentos de democracia direta, pela democratização dos meios de comunicação.

5 – Ampliar e qualificar a incidência internacional, principalmente através do diálogo e articulação com as sociedades civis de outros países. Exigir participação da sociedade civil na política externa brasileira e o monitoramento do papel do Brasil – e das empresas brasileiras – no mundo. Promover uma cultura de paz, de solidariedade, de valorização da diversidade e de democracia.

Da Abong – organizações em defesa de direitos e bens comunsDom, 3 de março de 2013

 

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