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Ação Educativa participa de consulta do Unicef e da Unesco sobre educação

Consulta Global em Educação foi realizada para permitir a participação de organizações da sociedade civil na reformulação das metas para o pós 2015

Consulta Global em Educação foi realizada para permitir a participação de organizações da sociedade civil na reformulação das metas para o pós 2015

A Consulta Global em Educação, co-liderada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (Unesco), encerrou, no dia 27 de maio, a consulta pública online sobre o Rascunho Zero do Sumário Executivo relacionado à educação. Essa consulta busca tornar o processo de reformulação das metas para o pós 2015 mais participativo e democrático.

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O Sumário Executivo de Educação é resultado de uma série de encontros e consultas online que foram sistematizados no último encontro em Dakar (Senegal), em março de 2013. Essa reunião contou com a participação de representantes dos Estados membros, parceiros multilaterais e bilaterais, organizações da sociedade civil, sindicato de professores e grupos de jovens. O documento apresenta como ideia geral para guiar as metas uma educação equitativa e de qualidade ao longo da vida e aprendizagem para todos e todas.

A Ação Educativa participou da consulta e, dentre seus comentários, destacou que a educação, como um direito humano, não pode ser entendida como uma etapa autônoma na vida do indivíduo e, tão pouco, fator com temporalidade definida na construção da vida em sociedade. A educação é um processo que se desenvolve ao longo de toda vida, tanto em espaços formais como não-formais e informais.

A Ação Educativa enxerga com grande preocupação o sentido de desenvolvimento defendido pelo documento e as prioridades sugeridas com base no conceito de aprendizagem. Para a organização, a educação deve ser alicerce de um desenvolvimento pautado pela justiça social e ambiental, que garanta os direitos de cidadania de todos e todas e não que sustente um modelo pautado pela acumulação de capital, consumismo insustentável e reprodução de desigualdades e pobreza entre as nações.

“O conceito de aprendizagem focado em resultados mensuráveis leva a uma abordagem reducionista da educação. Ao priorizar resultados os indicadores de aprendizagem se tornam um caminho para se alcançar determinados objetivos que não contemplam uma formação humanista e, tão pouco, valorizam o conhecimento do educando”, afirma Filomena Siqueira, assessora do programa internacional da Ação Educativa.

Para a organização, os espaços de formação não podem se tornar base para avaliações de caráter mínimo sobre o processo educativo, incentivando a consolidação de um sistema que ensina para testes que não representam a diversidade cultural e pluralidade da vida humana.

“A educação deve contribuir para a formação cidadã na qual todo ser humano possa desenvolver suas potencialidades e capacidades para garantir, de maneira autônoma, seus direitos civis, políticos, sociais e públicos”, conclui.

As metas pós 2015 precisam manter uma visão holística sobre seus objetivos e devem trabalhar para que elas se reforcem mutuamente. O Sumário Executivo está disponível no site The World We Want 2015.

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