“É por meio da música negra, em especial da Soul Music dos anos 1960/70, que muitos jovens começam a construção de um processo de identificação e consciência relacionada à questão racial. Além dos artistas que eram referência para uma geração, havia os bailes como possibilidade de organização política, pois era no seu interior que as informações eram trocadas, por meio da panfletagem, da circulação de revistas e do trabalho de conscientização realizado pelos DJs por meio dos microfones entre as sequências musicais”.
A Black Music como expressão cultural juvenil em distintos tempos e espaços
Carlos Henrique dos Santos Martins
Na celebração dos 30 anos da Ação Educativa chegamos ao novembro Negro e destacamos a centralidade das experiências culturais e de militância vivenciadas por artistas, ativistas e juventude negra nos anos 1960/70 e a importância desse período para a formatação do movimento negro contemporâneo.
Nossas reflexões se iniciam com a exibição do documentário “Alma Negra – Do Quilombo ao Baile” (2024) e se complementam com o diálogo entre o sociólogo entre o diretor do documentário Flávio Frederico e o sociólogo Marcos Agostinho Silva (MNU Carapicuíba), a pesquisadora Jaqueline Lima Santos (UNICAMP), BID (produtor musical) com mediação da coordenadora executiva adjunta da Ação Educativa,e Ednéia Gonçalves. “A programação envolve uma diversidade de aprendizados envolvidos na permanente resistência negra às opressões, por isso arte, cultura, territórios e educação se articulam para indicar os elementos de um futuro mais igualitário”, avalia a coordenadora.
Para participar, basta se inscrever no link: http://bit.ly/QuilomboAoBaile
Documentário “Alma Negra – Do Quilombo ao Baile” (2024)
Sinopse
O filme é um amplo mergulho no universo afrobrasileiro por meio da música soul, retratando desde o surgimento do gênero, a chegada no Brasil no final dos anos 1960, o sucesso na indústria fonográfica até o ápice com os famosos bailes blacks no Rio de Janeiro e em São Paulo. O documentário retrata, além dos aspectos musicais, o movimento de valorização da cultura negra e a luta política contra o racismo na época. Pelo olhar de algumas das grandes intelectuais negras dos anos 1970 e de hoje, como Beatriz Nascimento, Lélia González e Edneia Gonçalves, a obra busca nos quilombos e nos bailes de soul, retratar a alma da negritude brasileira.
Direção: Flavio Frederico
Roteiro: Mariana Pamplona, Flavio Frederico
Fotografia: Jacob Solitrenick, Jacques Cheuiche, Janice D’Avila, Carlos André Zalasik
Montagem: Flavio Frederico
Som: Fernando Russo, Gabriela Cunha, Leo Krauss, Luciano Raposo, Luís Rovai
Desenho de som: Ricardo Camara, Toco Cerqueira
Música: Eduardo Bidlovski(BID)
Direção e Arte: Rafael Terpins
Produção: Flávio Frederico, BID
Produzido por: Kinoscópio, Soulcity
Distribuição: Kinoscópio
Classificação indicativa: 16 anos
Data: 19 de Novembro de 2024
18:00 às 19:45 – Exibição do documentário Alma Negra – Do Quilombo ao Baile.
19:45 às 20:15 – Roda de Conversa
20:15 às 21:15 – Coquetel
Local: AÇÃO EDUCATIVA – Espaço Cultural Periferia no Centro
Rua General Jardim, 660, Vila Buarque