O Centro de Formação: Educação Popular, Educação e Direitos Humanos entra em seu segundo ano de existência a partir de março. Com a proposta de oferecer uma programação anual de atividades formativas no campo dos direitos humanos, em 2019, nossa palavra-chave é agregar: pessoas, grupos e instituições para refletir e agir nessa conjuntura. Um de seus objetivos é reagir aos retrocessos, repensar práticas de movimentos sociais e organizações da sociedade civil, promover novas leituras e provocações, construindo novas alianças políticas e possibilidades críticas e criativas para o futuro.
Em 2018, ocorreram 34 formações e cerca de 600 pessoas participaram. Foram oficinas, cursos e rodas de conversa divididas em cinco eixos temáticos: Educação Viva; Igualdade e diferenças; Mil artes e linguagens; Por inteiro; e Sociedade em movimento. Em 2019, são mais de 70 atividades formativas previstas, 100 educadores e educadoras e 40 organizações, coletivos e movimentos sociais parceiros.
“O Centro de Formação tem se proposto a ser um espaço de troca de saberes. Em tempos de forte retrocesso, o fortalecimento das agendas de direitos humanos passa não só pela construção de novos conhecimentos, mas também pela possibilidade de acolhimento e encontro daqueles que frequentam nosso espaço”, afirma Denise Carreira, coordenadora da Ação Educativa.
Os cursos do Centro de Formação funcionam por meio de um sistema de financiamento solidário, em que a viabilização das atividades é realizada por meio do pagamento de contribuições, garantindo um percentual de vagas gratuitas para cada uma das atividades.
As inscrições para os cursos de março já estão abertas. O curso “História da Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente” propõe a promoção do conhecimento da produção tecnológica dos povos africanos e descendentes, que por séculos foi ocultada; a formação “Introdução à Libras” visa introduzir os cursistas a compreender os aspectos da cultura surda; o curso “Diálogos para fortalecer a sociedade civil brasileira” pretende construir um itinerário e um espaço coletivo de diálogo e construção de conhecimento para fortalecer o campo de defesa dos direitos no Brasil. Veja todos os cursos abertos para inscrições em nosso site.
Para abrir nossa programação anual, a Ação Educativa promoverá uma conferência de abertura no dia 21/03, com o boliviano Pablo Solón, marcando o lançamento do livro “Alternativas sistêmicas – Bem Viver, decrescimento, comuns, ecofeminismo, direitos da Mãe Terra e desglobalização”. A atividade será na Ação Educativa e em breve disponibilizaremos a programação completa.
Terças Insurgentes
Insurgente
adjetivo e substantivo de dois gêneros
1. que ou aquele que se insurge, se rebela contra algo.
Onde existe dominação e violência, existe insurgência, aquilo que se rebela, que se afirma e que encontra seu caminho pelas brechas e contradições do sistema. Diante do contexto político e social adverso que atualmente vivemos no Brasil, precisamos alimentar pensamentos potentes em vida, esperança e, por que não, em insurgência?
Palavras, conceitos e teorias também são ferramentas para combater o conservadorismo racista, sexista e opressor. Diante disso, o Centro de Formação inaugura em 2019 as Terças Insurgentes. “Descolonizar o pensamento passa por conhecer, compreender e refletir sobre a contribuição de pensadores e pensadoras que questionam o sistema em suas mais diferentes áreas. Essas teorias nos apresentam mecanismos que fortalecem novas formas de mobilização e luta pela defesa de direitos em nossos territórios”, afirma Ednéia Gonçalves, coordenadora executiva adjunta da Ação Educativa.
Todo mês, a partir de abril, apresentaremos pensadores e pensadoras insurgentes a partir da voz de grandes especialistas*, confira:
| 1º Semestre – Gênero, anti-totalitarismo e classe | |
| Abril | Judith Butler, com Jacqueline Teixeira | 
| Maio | Hannah Arendt, com Crislei de Oliveira Custodio | 
| Junho | Marx devorado, com Alana Moraes e Jean Tible | 
| 2º Semestre – Terças-insurgentes Negras | |
| Agosto | Frantz Fanon, com Deivison Nkosi | 
| Setembro | Milton Santos, com Billy Malaquias | 
| Outubro | bell hooks, com Ana Lúcia Silva Souza, Denise Carreira e Ednéia Gonçalves | 
| Novembro | Lélia Gonzales, com Renata Cristina Gonçalves dos Santos | 
*Os cursos das Terças Insurgentes são compostos por quatro encontros para cada pensador/a.
Direitos Humanos e Tecnologias
O digital tornou-se mais um espaço de disputa política e tem sido usado para favorecer a ascensão de grupos ultraconservadores e para promover ataques a organizações e ativistas de Direitos Humanos. Encontramos urgência, enquanto Centro de Formação, em incorporar essas discussões em nossa programação que compõe o eixo temático Mil artes, linguagens e tecnologias. Confira algumas atividades já previstas:
Oficina Relâmpago sobre Segurança Digital, com Coletivo Melanésio
25/05, das 10h às 17h
Marketing Digital com ênfase em mídias sociais para causas e movimentos sociais, com Flavio Munhoz
31/08, das 10h às 17h
Corpo e autocuidado
Desde nossa primeira programação anual, partimos do princípio que a política atravessa as subjetividades e os modos de vida e acreditamos na potência e importância de atividades que levem em consideração a integralidade dos sujeitos: fomentando experiências corporais, afetivas e de autocuidado. Este eixo temático nomeamos de Por Inteiro, conheça:
| Março | 
| – Como sou, como me vejo: Maquiagem, Empoderamento e Autoestima – Meu corpo de mulher – por que afinal o corpo é político? – Aquilombar: bonde de adolescentes negras e negros | 
| Abril | 
| – Menina ou Mulher: Descobertas em Movimento – Afinando o corpo para cantar | 
| Maio | 
| – Autocuidado feminista – teoria e prática para autonomia na saúde da mulher – Marcenaria, Sustentabilidade e Autonomia da Mulher – MULHEReverbera: vida, fala, escrita | 
| Junho | 
| – Saúde de todos os dias: utilização de ervas e óleos vegetais para uma melhor saúde da mulher | 
| Agosto | 
| – Combate Coreográfico | Dança e Autodefesa – Pão, Ciência e Política – Corporalidades, trajetórias e cartografias: a construção da cidadania através da percepção socioespacial | 
| Setembro | 
| – O Eu, o outro e o nós: a trama das histórias que nos atravessam na cidade – Sentir Criar – gestão das emoções e criatividade | 
| Outubro | 
| – Educar sem pressa: desafios e possibilidades diante da aceleração social do tempo | 
Raça, gênero e sexualidade
O racismo e as discriminações de gênero e sexualidade são problemas transversais e estruturantes na sociedade e, por isso, estas agendas sempre estão contempladas na atuação da Ação Educativa e na construção de seus projetos. Com o Centro de Formação não é diferente, acreditamos na prática da educação popular e apostamos em experiências comprometidas com a promoção de ações transformadoras e com a construção de uma cultura democrática que sustente um projeto de justiça radical para o país: com distribuição de renda; superação do racismo, sexismo, LGBTfobia, xenofobia e demais discriminações e violências.
Confira abaixo algumas das atividades relacionadas a estas temáticas:
| Março | 
| – História da Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente | 
| Abril | 
| – Direitos atacados: enfrentando o conservadorismo | 
| Maio | 
| – Etnomatemática e territórios educativos: matemática, cultura e sociedade – Costuras narrativas: branquitude, gênero e literatura | 
| Agosto | 
| – Lésbicas podem engravidar? Aspectos sobre reprodução, heteronormatividade e políticas públicas – Do direito à cidade às interseccionalidades: teoria e forma de democratização do espaço urbano | 
| Setembro | 
| – Gênero e Educação – curso EaD | 
| Outubro | 
| – Migrações contemporâneas e a Educação: aportes para a prática pedagógica intercultural – “Com o sangue de quem foram feitos meus olhos?”: um panorama das críticas feministas à Ciência e Tecnologia | 
| Outubro | 
| – História Social do Jazz: entre o político e o psíquico | 
Veja toda a programação e conheça o Centro de Formação em: www.centrodeformacao.acaoeducativa.org.br
