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Comunidade educacional internacional debate os significados da educação no FSM 2013

Com a atividade autogestionada “Educação, Justiça Social e Ambiental”, o Grupo de Trabalho em Educação (GTE) marcou presença na última edição do Fórum Social Mundial (FSM), que ocorreu em Túnis entre os dias 26 e 30 de março 2013, promovendo um debate sobre os sentidos da educação na atual conjuntura de crises.

A atividade colaborou para construir novas articulações e fortalecer a defesa da educação pública de qualidade, assim como o entendimento que a educação que precisamos para o futuro que queremos implica um processo educativo amplo e humanista voltado para a educação ao longo da vida.

O GTE surgiu para confrontar as violações ao direito humano à educação e refletir sobre a lógica de desenvolvimento atual. Frente à séria degradação do direito humano à educação, o GT entende como fundamental ressignificar os objetivos e práticas educativas, já que o caráter político da educação tem sido suprimido, assim como seu potencial de desenvolver uma cidadania capaz de pensar diferentes ordens políticas e econômicas que possam superar a crise atual, as graves desigualdades e discriminações ainda presentes na sociedade.

A discussão do GTE em Túnis se centrou ao redor da importância da educação pública e de qualidade. Para o Grupo, a educação não pode ser reduzida a indicadores e à capacidade de ler e fazer contas matemáticas básicas, mas deve prezar por uma formação humanista que possibilite a cada cidadão e cidadã exercer suas capacidades como sujeitos sociais capazes de transformar suas realidades.

A atividade reuniu mais de 50 pessoas de diferentes partes do mundo. Albert Sansano, do Fórum Mundial de Educação, falou sobre as Plataformas pela Educação Pública de Valência, na Espanha, que funcionam no sentido de criar espaços de debate e coexistência entre professores e movimentos estudantis.

Outra colaboração foi a do estudante chileno Sebastián Vielmas, da Federação dos Estudantes da Universidade Católica do Chile, que falou sobre as experiências recentes dos movimentos estudantis no Chile, Colômbia e Porto Rico. Nas palavras de Sebastián, “nesses três países os governos de direita tentaram privatizar a educação, mas enfrentaram sérias mobilizações estudantis contra essa opção. Tanto a expansão da privatização quanto os cortes de recursos para o setor público na área da educação geraram mobilizações massivas que levaram os governos a iniciar um diálogo com os estudantes e professores”.

As mobilizações pelo direito a educação, em diversos países, caracterizam uma reação clara aos impactos da crise global e a resistência da população à lógica neoliberal de privatizar a educação e reduzi-la à formação de indivíduos acríticos.

Dentre as contribuições do público muitas falas foram no sentido de reforçar a importância da distribuição social do conhecimento para o desenvolvimento da cidadania e construção de uma sociedade mais justa e igualitária (tanto do ponto de vista econômico, como de gênero, etnia, idade e orientação sexual).

A comunidade educacional tunisiana também teve grande participação na atividade. Foram compartilhadas experiências na luta por um sistema educacional público de qualidade e pela melhoria nas condições dos professores e professoras do país. Assim como os movimentos educacionais em diversos outros países, o movimento na Tunísia tem lutado por uma educação pública de qualidade para todos como princpial garantia para o desenvolvimento democrático do país.

Para mais informações sobre a atividade do GTE em Túnis, visite a página do Grupo.

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