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Curso “O Álbum Que Me Cabe” propõe ressignificar memórias familiares como ato político no Mês do Orgulho

Como contar nossas histórias quando os álbuns de família que herdamos não nos representam? É a partir dessa pergunta que o curso “O Álbum Que Me Cabe: Olhar a Foto de Família”, promovido pelo Centro de Formação da Ação Educativa, convida pessoas LGBTQIA+ e demais interessades a refletirem sobre imagem, memória e identidade. A atividade acontece presencialmente entre 30 de junho e 28 de julho, no Espaço Cultural Periferia no Centro, como parte da programação do Mês do Orgulho, que neste ano tem como lema “Lutar com afeto, viver com orgulho”.

Com orientação da fotógrafa, diretora e educadora Pétala Lopes, o curso propõe um mergulho afetivo e crítico na fotografia como ferramenta de autorrepresentação e reconstrução de narrativas. A proposta vai além da técnica: é um convite para tensionar os limites do que entendemos como família, criando espaço para outras formas de pertencimento, cuidado e ancestralidade que fogem à norma. A cada encontro, participantes serão incentivades a trazer imagens, documentos e objetos pessoais para compor novas histórias visuais, combinando vivências com experimentações criativas.

A programação do curso aborda temas como o apagamento de pessoas LGBTQIA+ nas narrativas familiares, os silêncios e ficções que moldam nossas imagens, e a curadoria como ato político. Ao longo das cinco semanas, o grupo construirá, de forma colaborativa, um zine coletivo que reúna os materiais desenvolvidos, encerrando o percurso com um momento de partilha e reflexão sobre os sentidos criados ao longo do processo.

Foto: Camila Svenson

Pétala Lopes é artista visual nascida em São Paulo, com trajetória marcada pela investigação da imagem em diálogo com questões de raça, gênero e ficção. Sua abordagem combina arte, educação e pesquisa crítica, com foco em processos que valorizam a escuta e a criação coletiva.

As inscrições estão abertas pelo link bit.ly/curso-album-familia, com financiamento solidário entre R$100 (mínimo) e R$150 (solidário). Os encontros serão realizados às segundas-feiras, das 19h às 21h, na sede da Ação Educativa (Rua General Jardim, 660 – Vila Buarque, São Paulo). O curso reafirma a importância da memória como campo de disputa política e afetiva, especialmente no contexto do Mês do Orgulho, onde contar nossas próprias histórias é também uma forma de resistência.

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