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Debates sobre a Primavera Árabe e a luta das mulheres marcam o Fórum Social Mundial 2013

A cidade de Túnis, capital da Tunísia, foi ocupada por milhares de organizações da sociedade civil, movimentos sociais e sindicatos de diferentes partes do globo entre os dias 26 e 30 de março de 2013, durante a realização da 13ª edição do Fórum Social Mundial (FSM).

Ao longo dos cinco dias de Fórum, foram realizadas mais de 1.500 atividades no campus da Universidade de El Manar, das quais participaram representantes de cerca de quatro mil organizações e movimentos de 125 países dos cinco continentes, com destaque para a presença de pessoas de países africanos e do Oriente Médio.

A Primavera Árabe e novos processos revolucionários foram o foco desta edição – ao lado de debates sobre a situação da mulher -, já que a Tunísia foi o primeiro país a iniciar, há dois anos, mobilizações pelo fim regimes ditatoriais no norte da África. A escolha do país para sediar o encontro altermundista foi, inclusive, citada pela organização do Fórum como forma de mostrar a solidariedade internacional com os povos da região.

A abertura do FSM 2013 foi feita na terça-feira (26/03), com a tradicional Marcha dos Povos, quando milhares pessoas, em sua maioria jovens, saíram às ruas da capital tunisiana entoando reivindicações como “solidariedade com as mulheres do mundo”, “abaixo a ditadura, abaixo o capital”e “liberdade para a Palestina”.

As discussões foram inauguradas com a Assembleia de Mulheres, que contou com a participação de representantes de lutas contra o sexismo e contra a opressão das mulheres. Após os discursos de abertura, o músico e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil subiu ao palco para encerrar as atividades do primeiro dia com um grande show.

Atividades

Como em todas as edições desde a criação do Fórum, em 2001, em Porto Alegre, a Ação Educativa também esteve presente em Túnis. Uma equipe de quatro pessoas acompanhou a organização do Fórum e atividades realizadas por redes da qual a Ação Educativa faz parte, como GRAP, GT Educação e Abong.

Nos dias 28 e 29, o Grupo de Reflexão e Apoio ao Processo do Fórum Social Mundial (GRAP) promoveu o “Seminário Internacional Crise, Desenvolvimento de Democracia : cartografias do futuro”, uma iniciativa de diálogo permanente para ampliar a compreensão das dinâmicas políticas de novos movimentos e para impulsionar a sistematização de saberes e conhecimentos produzidos por diferentes sujeitos políticos.

O projeto Cartografias do Futuro surgiu a partir das contribuições feitas pelo GRAP no Fórum Social Temático de Porto Alegre, em 2012, e propõe como questão central para iniciar o debate a democracia. “O seminário e a participação em Túnis são uma espécie de piloto do projeto”, explica José Correia, do GRAP.

GT Educação

O Grupo de Trabalho de Educação (GT Educação), também constituído a partir do processo do Fórum Social Temático de Porto Alegre 2012, realizou no dia 28 a atividade autogestionada “Educação, Justiça Social e Ambiental”, que debateu formas de fortalecer a disputa da agenda da educação nos diferentes níveis, inclusive na esfera supranacional, em espaços como os das Nações Unidas e de outros organismos internacionais.

Durante a primeira etapa da atividade foi feito o compartilhamento e a discussão conceitual da proposta contida no documento “A educação que precisamos para o futuro que queremos” (leia aqui a íntegra), lançado pelo Grupo na Rio+20. Na segunda parte, os participantes debateram práticas capazes de tornar reais as reflexões apresentadas no documento.

Abong

Na quarta-feira (27/03), a Abong – organização em defesa dos direitos e bens comuns coordenou, em conjunto com organizações da Tunísia, o debate “Práticas da Democracia Participativa”, que contou com a participação de pessoas e organizações de diferentes partes do mundo, como Brasil, Tunísia, Noruega, Itália, França e Marrocos. Foram compartilhadas experiências de participação (ou ausência de) na definição e execução de políticas públicas, com ênfase na necessidade de superar as formas atuais de democracia.

Damien Hazard, da direção executiva da Abong, deu início às atividades apresentando a experiência brasileira com mecanismos e espaços de democracia participativa, tais como conselhos, conferências, audiências públicas e orçamento participativo, abordando tanto as conquistas sociais e políticas relacionadas à existência dessa arquitetura institucional, quanto seus limites.

Túnis Estendida

A Ação Educativa também sediou, em seu auditório, um espaço de transmissão de debates realizados no FSM, como parte do processo denominado “Túnis estendida”, pelo qual foi possível acompanhar atividades em Túnis e fazer suas contribuições de diferentes partes do mundo.

Da Ação Educativa, com informações da Abong e da Rede Brasil Atual.

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