Ermínia foi Secretária Executiva do Ministério das Cidades, entre 2002 e 2005, e comandou a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano do município de São Paulo no governo Luiza Erundina, entre 1989 e 2002. Nome de referência quando falamos em desenvolvimento urbano e no direito à cidade, Ermínia apresentou parte de sua área de pesquisa e de trabalho para os Jovens Monitores Culturais.
Inúmeros temas relevantes foram abordados: a tragédia diária da mobilidade urbana – a prioridade do automóvel e como isto afeta a cidade; a poluição do ar e as consequências para a saúde; as mortes em acidentes de trânsito; o boom imobiliário e a expansão periférica metropolitana; o direito à arquitetura e à cidade; o direito à educação com esporte, artes e atividades culturais; e o paradoxo da retomada do investimento público.
Após sua fala, foi realizado um bate papo com os jovens, que levantaram diversas reflexões acerca do tema. Aproveitando o ensejo, Ermínia lançou uma provocação à turma: “A crise que vivemos hoje é, de fato, de mobilidade ou se conjectura como uma crise urbana?“
A professora também apontou a importância dos movimentos sociais contemporâneos, especialmente àqueles ligados a juventude, para tencionar pautas ligadas à cidade, como as apontadas acima. “Não tem outra forma se não for a luta. E, se possível, na rua. Essa geração atual parece que perdeu o medo. Acho incrível, porque ela tem uma forma nova de se expressar”, disse.
A palestra está inclusa em uma temática do Programa Jovem Monitor Cultural que se propõe a discutir acerca da cultura e da cidade. Como tema atual, o direito à cultura diz respeito aos jovens de cada equipamento, abrindo assim um horizonte para o(a) Jovem Monitor(a) Cultural pensar sobre a importância, dentre outras coisas, do espaço público em que trabalham, articulando-se de uma maneira melhor com o seu entorno e entendendo o contexto micro e macro de grandes metrópoles como a de São Paulo.