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Novembro Negro: Ação Educativa e parceiros divulgam programação do Centro de Formação: Educação Popular, Cultura e Direitos Humanos

Preparando-se para a divulgação da programação de 2018, a partir do dia 11/11 começam as atividades em caráter experimental do Centro de Formação: Educação Popular, Cultura e Direitos Humanos, ocupando o novembro negro com cursos, oficinas e vivências que trazem o debate das relações raciais e do combate ao racismo

Em aliança com várias organizações da sociedade civil, movimentos sociais, coletivos e ativistas, parceiros na luta pela afirmação dos direitos humanos no país, a Ação Educativa lança, em comemoração ao dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, as primeiras atividades do Centro de Formação: Educação Popular, Cultura e Direitos Humanos. As atividades se estenderão até dezembro, mês de comemoração do dia internacional dos Direitos Humanos (10/12). Está prevista para janeiro a divulgação da programação do Centro para 2018.

“O Centro de Formação faz parte de uma estratégia institucional não somente de resistência aos recentes retrocessos no campo dos direitos e da ordem democrática, mas de anúncio, de esperança, de encontros, de pesquisa e de experimentação de novas possibilidades formativas, que considerem a integralidade dos sujeitos e dos direitos humanos”, afirma Denise Carreira, integrante da coordenação executiva da Ação Educativa.

Para novembro, serão realizadas quatro atividades que tem o foco na questão da educação das relações raciais:

  • História da Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente, curso com Carlos Machado (20h);
  • Povos Indígenas e Comunidades do Jongo, do Batuque, de Umbigada e do Congado Mineiro, oficina com Alexandre Kishimoto, José Renato Nunes e Maria Cristina Troncarelli do coletivo Outras Vozes (18h);
  • Direitos, Políticas Afirmativas e a Branquitude Brasileira, oficina com Ana Helena Passos (16h);
  • Adolescendo Abayomis – roda de conversa de adolescentes negras: amizade, carinhos e trocas. Atividade quinzenal, permanente, aos sábados á tarde, com Lidiane Araujo e Carolina de Freitas do Instituto AMMA Psiqué e Negritude.

Além disso, a programação do Centro para novembro e dezembro contempla as atividades:

  • Metodologia dos Cenários Transformadores, oficina com Daniela Saraiva Santos do Instituto Reos;
  • Direitos Humanos em Jogos Cooperativos de Tabuleiros, oficina com Antonio Salvador Coelho, Silvania Francisca de Jesus e Paulo Inácio de Araújo Coelho.

Contribuições e Sustentabilidade Financeira

Por meio do Centro, a Ação Educativa experimentará uma nova forma de financiamento solidário das atividades formativas desenvolvidas pela instituição e por suas parceiras e parceiros, em decorrência da redução drástica de recursos nacionais e internacionais para as ações de educação em direitos humanos. A viabilização dessas atividades será realizada por meio do pagamento de contribuições, garantindo um percentual de vagas gratuitas em cada uma das atividades com critérios que serão divulgados publicamente em breve. Essas contribuições terão duas categoriais: valor básico e “posso pagar mais”.

O sistema de financiamento solidário será avaliado a cada seis meses para o aprimoramento da proposta. “Ao contribuir para uma formação, as pessoas estarão contribuindo não somente para a atividade, mas para a manutenção de um projeto político comprometido com a resistência aos retrocessos e a educação em direitos humanos”, afirma Denise.

Vozes das Parceiras e dos Parceiros

Em um momento tão desafiante, a ação transformadora pede companhia, pede alinhamento, pede trabalho conjunto, pede roda. A parceria potencializa os resultados. Quando fazemos juntas e juntos, descobrimos e inventamos caminhos de maior efetividade, aumentamos nossa força.

Lúcia Silva, coordenadora da organização Instituto Amma Psiqué e Negritude, entidade de referência nacional em estratégias psicossociais de identificação e desconstrução do racismo.  

Estamos vivendo um momento de muita repressão, principalmente nos espaços de construção de conhecimento. Velhas estratégias de manobra política estão a utilizar novas ferramentas de comunicação para aflorar sentimentos de ódio na sociedade, fazendo com que o medo das diferenças desperte afinidades com o discurso conservador como forma de proteção. Por isso, espaços como o Centro de Formação da Ação Educativa, que constroem acolhimento e diálogo político, são importantes.

Ana Helena Passos, professora, pesquisadora sobre questões de branquitude.

Os desafios estão principalmente na área educacional, em um país que há 517 anos vem relegando uma educação crítica à sua população. O Centro de Formação da Ação Educativa vem promover uma educação crítica e valorizadora dos Direitos Humanos para construção de uma sociedade com menos desigualdades e mais justiça social.

Carlos Machado, professor e autor do livro Gênio da Humanidade: Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente.

Clique aqui para saber mais informações sobre as atividades e para inscrições.

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