Segundo os organizadores do Fórum, a situação nos países da região mostrou os vários desafios da atual conjuntura e reforçou a necessidade da sociedade civil ao redor do mundo fortalecer o diálogo em rede, disseminar suas ideias e demandas e trazer para o debate internacional novas perspectivas, que superem as antigas diretrizes neoliberais.
“O Fórum Social Mundial vai para o norte da África como forma de mostrar a solidariedade internacional com os povos da região. O Egito também se candidatou, mas não teve condições de fazer por uma questão de segurança no país. A Tunísia acabou sendo escolhida por isso e também porque tinha mais condições de trazer a sociedade civil para o processo. Muitas organizações surgiram após a revolução e temos 1.600 participando hoje”, afirmou Hamouda Soubhi, do Comitê Local do FSM.
De acordo com o ativista, ainda há muito trabalho a fazer, mas a sociedade está mobilizada e o atual governo tunisiano tem cooperado com a organização. “Temos a cooperação do governo tunisiano, que está dando apoio e se colocou à disposição para que tudo dê certo. Vale lembrar que, apesar de a Tunísia fazer parte da lista de países inseguros feita pelos americanos, muitos americanos estarão presentes. Será uma oportunidade para todos verem de perto como o país está hoje”, afirmou.
Programação
As inscrições para atividades autogestionadas no FSM da Tunísia foram encerradas no dia 20 de janeiro. De acordo com o Comitê Local, foram inscritas 1.475 atividades por 2.500 organizações diferentes. Destas, 140 são brasileiras e 700 tunisianas.
As atividades autogestionadas serão realizadas entre os dias 27 e 29 de março e serão divididas em seis espaços pelos temas Imigração, Meio Ambiente, Gênero, Juventude, Movimentos Occupy e Indignad@s e Relações Mediterrânicas. No dia 26, acontecerá a tradicional marcha de abertura do Fórum, que terminará num grande show e outras atividades culturais. Já no dia 30, está prevista a Assembleia Geral dos Povos e encerramento do FSM.
Movimento Feminista
A militante tunisiana Halima Juini, da Association Tunisienne des Femmes Démocrates (ATFD), destaca que, apesar de as questões de gênero terem um espaço próprio no Fórum, ela é um tema transversal e fundamental para o momento que vive o mundo árabe. “A luta da mulher no mundo árabe é antiga e pouco conhecida. Há muitas organizações feministas que participaram da luta no nosso país e hoje estão sob ameaça. Contamos com a solidariedade internacional para fortalecer a luta e combater o estereótipo que se tem das mulheres árabes”, afirmou.
Mais informações sobre a programação do FSM 2013 e inscrições em www.fsm2013.org.
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