Organizações da sociedade civil que atuam em prol da Amazônia pressionam pela participação popular na tomada de decisões da gestão pública sobre a região. As entidades elaboraram uma carta na qual pedem a inclusão de movimentos sociais e povos indígenas nas iniciativas de diferentes esferas de governo na área. O documento já foi entregue para Márcio Macedo, Ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, e a expectativa é que o texto chegue até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA), a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e a Assembleia Mundial pela Amazônia (AMA), que tem a participação da Ação Educativa por meio do Coletivo 660, também aguardam retorno do ministro Macedo sobre uma reunião em Brasília para o lançamento oficial da carta. O objetivo é a realização de um evento que envolva outros ministérios, especialmente o do Meio Ambiente e o dos Povos Indígenas.
“A mudança climática é uma ameaça global e cada vez temos menos prazos para reverter as causas e efeitos produzidos por este fenômeno. Daí a importância de deter a destruição da Amazônia”, afirma um trecho da carta. O documento também é endereçado aos governos da Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela, Suriname e Guiana, que, junto ao Brasil, pretendem realizar a Cúpula de Presidentes da Amazônia, no primeiro semestre de 2023.
EM PROL DA AMAZÔNIA
O FOSPA e a REPAM somam anos de atuação pela garantia de direitos à população amazônica e à preservação da floresta. A AMA congrega uma série de movimentos e entidades latino-americanas, desde 2020, em prol dos povos indígenas e de medidas ambientais para o combate ao desmatamento e à exploração indevida de recursos naturais.
Na carta, enviada ao Palácio do Governo, os autores reiteram o compromisso com a defesa da Amazônia, lembrando que essa é uma tarefa árdua e suscetível a todo tipo de violência – mencionam, também, as constantes e intensas agressões aos povos indígenas, em especial às mulheres. A carta ainda apresenta sugestões para a criação de espaços de diálogo permanentes entre as organizações dos povos indígenas amazônicos, os movimentos sociais e os governos. A íntegra do texto está disponível no site da Ação Educativa e pode ser acessada aqui.