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Relação com o público, reflexões e experiências em museus deram o tom do encontro com Paulo Portella sobre mediação museal

O educador Paulo Portella comandou a turma de Jovens Monitores Culturais do Museu da Cidade & Arquivo Histórico com roda de apresentação, dinâmicas, diálogo e escuta

O arte-educador Paulo Portella esteve presente na segunda-feira (02/02) na Ação Educativa para tratar do tema da mediação em museus junto aos Jovens Monitores Culturais do Solar Marquesa, Arquivo Histórico e Pavilhão OCA. Portella é museólogo, educador e artista plástico e foi responsável pela implementação do projeto do setor educativo, em 1997, do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP.

Para iniciar a formação, Portella fez uma roda de apresentação com os jovens. Em seguida, entregou uma ficha a cada um, onde os jovens avaliaram as ações que consideram pertinentes à área educativa de um museu, apresentando-as logo depois.

No final da parte da manhã, Portella levantou reflexões acerca do que cada grupo trouxe sobre seus equipamentos. Um de seus principais apontamentos foi “o da escuta para aquele que vem até mim”. Para Portella, este momento é central dentro do educativo: “mais importante do que falar para aquele que me procura, é ouvi-lo”, conta.

Na parte da tarde, o foco da formação foi o público. Nesse sentido, Paulo observou que “toda forma deve corresponder a uma função”, correlacionando a preparação do espaço para a recepção de um possível público.

Portella contou um pouco de sua vivência com mediação em museus e apresentou aos jovens duas experiências que para ele foram fundamentais em seu processo educativo: a primeira se refere a um projeto com policiais para tratar dos problemas que os profissionais apresentam por conta das condições de seu trabalho. Ele falou sobre como o educativo do MASP lidou com este grupo a partir da ideia do ser humano que estava por trás de cada um.

A segunda experiência tratou do educativo focado em atividades para o público que ocupa o vão livre do museu, a grande maioria formada por pessoas em situação de rua. Portella guiou uma visita espontânea com um dos frequentadores do vão livre, que lhe fez uma pergunta. Foi então que o arte-educador questionou aos Jovens Monitores o que o homem havia perguntado, pedindo que os jovens escrevessem tal pergunta.

Para Portella, há uma grande importância no ato de fazer perguntas. Quando os jovens revelaram o que eles achavam que o homem havia questionado, seus palpites fugiram do que foi realmente perguntado pelo morador de rua: “Vocês têm alguma obra do Botticelli aqui?”. A partir dessa experiência, Portella fez uma reflexão sobre como tratamos o público, como devemos rever nossos preconceitos e reforçar a escuta como elemento fundamental para estar em contato com o outro.

Veja entrevista com Paulo Portella na Coleção Percursos da Arte na Educação aqui.

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