Neste Julho das Pretas, no contexto de mobilização para a 2ª Marcha Global de Mulheres Negras, que acontece no dia 25 de novembro em Brasília, a Ação Educativa lança a campanha “Rumo à Marcha: Reparar para Bem Viver” como um convite à ação, à escuta e à percepção.
Inspirada nas lutas históricas das mulheres negras e no legado de Nilma Bentes, nossa campanha parte da ideia de reparação como reorganização estrutural da sociedade, e não apenas como compensação material. Reparar é, também, perceber: olhar com atenção para as desigualdades que moldam nossa realidade, reconhecer as potências que emergem das periferias e dos territórios negros, e valorizar os caminhos que as mulheres negras têm apontado há séculos para a transformação do mundo.
Reparar para Bem Viver é colocar no centro da vida política o projeto do Bem Viver: um horizonte construído a partir da justiça social, da dignidade, do cuidado com a natureza e do respeito à ancestralidade. É compreender que não há futuro justo sem ouvir e seguir as vozes negras que criam alternativas emancipadoras.
Com início em julho e desdobramentos até novembro, a campanha tem como propósito mobilizar todas as pessoas a estarem conosco na luta por esse projeto de Bem Viver proposto pelas mulheres negras. A campanha articula as frentes de atuação da Ação Educativa, destacando a promoção da Educação, as atuações das Juventudes, o pensamento crítico sobre Tecnologia e a responsabilidade socioambiental como expressões concretas de um processo de reparação. Em cada uma delas, buscamos construir uma sociedade mais igualitária e comprometida com os direitos humanos e com a transformação das estruturas que sustentam o racismo e o patriarcado.
Neste Julho das Pretas, reparar é reconhecer, se comprometer e garantir direitos. Vamos juntas construir esse caminho?
Julho das Pretas da Ação Educativa tem roda de conversa, oficina de cartazes e apoio à 10ª Marcha das Mulheres Negras de São Paulo
Programação político-cultural da ONG propõe reflexões sobre cuidado, ancestralidade e mobilização de mulheres negras brasileiras e imigrantes, e culmina com a participação na Marcha na Praça da República no dia 25 de julho
Como parte da sua programação especial para o Julho das Pretas, a Ação Educativa realiza uma série de atividades que destacam o protagonismo das mulheres negras e reforçam a importância do cuidado, da memória e da resistência. A iniciativa inclui roda de conversa, oficina de estéticas de luta e o apoio à realização da 10ª Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, marcada para o dia 25 de julho, às 17h, na Praça da República. O ato é aberto ao público e gratuito.
Resistência, cuidado e ancestralidade
Como parte da programação do Julho das Pretas e aquecimento para a Marcha, na segunda-feira, 21 de julho de 2025, das 19h às 22h, o Espaço Cultural Periferia no Centro – Ação Educativa recebe a atividade “Resistência, Cuidado e Ancestralidade – Mulheres negras da Diáspora à Marcha”.
A proposta é promover um encontro entre mulheres negras brasileiras e imigrantes para dialogar sobre estratégias de resistência e mobilização nos territórios de origem, práticas culturais e espirituais de enfrentamento e a centralidade do cuidado como ferramenta política e comunitária.
A atividade começa às 19h com a roda de conversa “Cuidado e Resistência: Caminhos até a Marcha”, com participações de Deusa Negra (MUDE com Elas), Constance Salame (Presidente do Conselho Municipal dos Imigrantes), Priscila Obaci (Capulanas Cia de Teatro Negro) e mediação de Isabel Santos (Haiti Aqui).
Na sequência, às 20h30, acontece a Oficina de Cartazes e Estéticas de Luta, conduzida pela artista Mayara Amaral, com criação coletiva de estandartes, faixas e cartazes com frases e símbolos de resistência para a Marcha, será montado o mural “Cartografia do Cuidado”, com reflexões sobre comunidade e cuidado.
“Estruturamos o Julho das Pretas como uma agenda política e cultural que valoriza as histórias, os saberes e as estratégias de resistência das mulheres negras. Ao promover espaços de escuta, criação e mobilização, reafirmamos nosso compromisso com a luta antirracista e com o direito de existir plenamente”, afirma Raquel Luanda, supervisora do Espaço Cultural Periferia no Centro da Ação Educativa.
Serviço
Resistência, Cuidado e Ancestralidade – Mulheres negras da Diáspora à Marcha
Data: segunda-feira, 21 de julho de 2025
Horário: 19h às 22h
Local: Espaço Cultural Periferia no Centro – Ação Educativa
Confirme sua presença em: https://aeduc.typeform.com/to/K89dfd78
10ª Marcha de Mulheres Negras de São Paulo
Data: sexta-feira, 25 de julho de 2025
Concentração: às 17h, na Praça da República – São Paulo