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Slam Interescolar: Projeto vencedor do Jabuti, leva o esporte da poesia falada para salas de aula

Torneio de poesia em escolas, organizado por coletivo periférico, conquista maior premiação literária do país, na categoria Inovação

De uma roda de poetas na saída do Metrô Vila Guilhermina ao maior prêmio da literatura nacional. O Projeto Slam Interescolar, iniciativa do coletivo Slam da Guilhermina, recebeu o prêmio Jabuti, na categoria Inovação. A honraria é um reconhecimento ao trabalho de formação e educação em literatura, promovido em escolas públicas e particulares. Realizado desde 2014, o projeto tem inscrições abertas até o dia 13 de maio.

Para Emerson Alcalde, integrante do coletivo Slam da Guilhermina, a sensação de receber o prêmio Jabuti foi a de marcar um gol na final na Libertadores. “Disputamos com projetos enormes, a exemplo do Itaú Cultural e TV Cultura. Nós somos um coletivo periférico que faz com o dinheiro do bolso, muitas vezes ou com pequenos editais públicos. Tínhamos esse objetivo de ter um projeto reconhecido por este prêmio que é o maior do país”, confessa.

Ele lembra que a primeira edição contou com a participação de apenas 4 escolas. Porém, o coletivo do Slam da Guilhermina sabia do potencial do slam dentro das escolas. “Assim como o Slam da Guilhermina começou pequeno, em uma praça do lado do metrô, a gente sabia que o Slam Interescolar daria certo, o jogo da poesia falado funciona!”. A edição atual – a oitava – já conta com mais de 60 escolas inscritas.

Para participar do Slam Interescolar, o primeiro passo é o preenchimento da inscrição em um formulário on-line. Após a inscrição, a escola deve realizar pelo menos um campeonato interclasses de poesia falada, onde será selecionada(o) a(o) poeta que irá representá-la no campeonato estadual. Todo o processo é acompanhado pelo Guilhermina, que oferece formações e acompanhamento às escolas interessadas em realizar slams.

Alcalde explica que a participação das escolas parte da ação dos próprios professores ou diretores, que são os responsáveis pelas inscrições. São profissionais que conhecem o Slam da Guilhermina, que percebem a importância que a poesia, que a literatura pode ter na vida dos seus alunos, avalia.

“Os ‘ganhos’ e ‘mudanças’ que alunos e professores participantes do projeto relatam são muitos. Os alunos passam a ter mais autoestima, melhoram seu desempenho escolar, se dedicam mais na escrita e leitura. Este projeto promove o empoderamento social e o protagonismo juvenil”

O crescimento do Slam Interescolar e a premiação do Jabuti são exemplos do sucesso e do potencial do Slam. “Eu vivo o Slam desde 2008, o Slam da Guilhermina está na ativa desde 2012. A evolução e a chegada do público são facilmente perceptíveis”.

Prova disso, observa, é a presença do slam nas mídias televisivas e impressas, em novelas e séries que mostram que essa forma de fazer poesia repercute e gera interesse do público. “Não é difícil achar vídeos de slammer que viralizam em chegam a mais de 1 milhão de visualizações”. A questão agora, observa, é que esse sucesso precisa receber a atenção de políticas públicas, porque tem muita gente que faz slam, que faz poesia, mas que ainda passam por muitas dificuldades financeiras.

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