Os jovens monitores/as culturais das Bibliotecas Públicas, do CCJ – Centro Cultural da Juventude e do Museu da Cidade e Arquivo Histórico tiveram a oportunidade de conhecer o agitador cultural e escritor Alessandro Buzo na segunda-feira (14/09).
Buzo ficou conhecido do grande público pela repercussão de seu quadro SP Cultura no jornal SPTV 1ª edição da Rede Globo. O programa acontecia às sextas-feiras, entre 2011 e 2014, e trazia matérias semanais sobre algum aspecto inspirador e interessante das periferias paulistanas.
O artista, porém, já era conhecido no circuito artístico e literário com suas obras, tais como: O Trem – Baseado em Fatos Reais; Suburbano Convicto – O cotidiano do Itaim Paulista; Toda brisa tem seu dia de ventania; e Favela Toma Conta. Neste último, o artista conta sua história de vida à posteridade, nomeando também o evento cultural que está em sua 29ª edição no bairro do Itaim Paulista. Além disto, Buzo dirigiu um filme lançado em 2006 intitulado Profissão MC.
Buzo compartilhou com os/as jovens monitores/as um pouco dessa história, falando de seus eventos e principais trabalhos. Além do quadro SP Cultura, ele fez parte do programa Manos e Minas, na TV Cultura, onde apresentava o quadro Buzão.
Os/as jovens monitores/as puderam conhecer também a Suburbano Convicto, única livraria no Brasil especializada em literatura marginal/periférica, localizada no Bexiga, região central de São Paulo. É lá que ocorre o Sarau Suburbano Convicto, todas as terças, importante evento de literatura marginal/periférica na cidade de São Paulo.
Um sarau fechou a dia de formação e Buzo despediu-se com um de seus poemas mais emblemáticos, que apresenta seu lugar de fala dentro do contexto paulistano:
“EU” – ALESSANDRO BUZO
Me chamo Alessandro Buzo.
Orgulho de ser brasileiro.
Não só em ano de copa.
São Paulo, metrópole.
Minha Terra, meu lugar.
Sou lá do fundão da leste.
Lugar de cabra da peste.
O Itaim é o Paulista.
Não é o BIBI dos BOY.
Gueto.
Periferia.
Favela.
É tudo isso que eu vejo.
Olhando da minha janela.
Lugar melhor que lá não existe.
É lá que escrevo meus livros.
É lá que cresce meu filho.
Gosto tanto do lugar,
Que costumam me chamar……
De “SUBURBANO CONVICTO”.