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Um outro futebol é possível

São Paulo sediará de 01 a 12 de julho, o Mundial de Futebol de Rua. Delegações de 20 países desembarcarão no Brasil para disputar este torneio, cujas partidas oficiais acontecerão em duas arenas especialmente montadas para o evento, uma no Largo da Batata e outra na Avenida Ipiranga. São mais de 300 jogadores e jogadoras vinculados à organizações que atuam com jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, especialmente em áreas de pobreza urbana, ou seja, em periferias e favelas.

Através deste Mundial, o Brasil e, especialmente a capital paulista, poderá demonstrar ao Mundo que um outro futebol é possível. Um futebol mais colaborativo do que competitivo. Uma prática esportiva baseada em princípios democráticos, de respeito à diversidade e que promove a igualdade de gênero. Um futebol despojado de estratégias marqueteiras e táticas comerciais excludentes.

Estamos confiantes de que o Mundial de Futebol de Rua será uma grande oportunidade para a expansão e implementação dessa  prática esportiva e sociopedagógica surgida nas periferias da Região metropolitana de Buenos Aires na década de 1990 e que se espalhou pelo Mundo. Esta metodologia consiste numa forma de entender o futebol como uma estratégia para criar e acompanhar processos de aprendizagem e inclusão social.  Os públicos prioritários são adolescentes e jovens.

Praticado em 64 países, o Futebol de Rua tornou-se uma ação de grande mobilização internacional. Na América Latina, vários países se articularam no Movimiento de Fútbol Callejero a fim de promover iniciativas de formação e promoção desta prática esportiva. A Ação Educativa passou a integrar esta Rede e vem implementando vários polos de futebol de Rua na periferia de São Paulo.

O Futebol de Rua é jogado com equipes mistas de homens e mulheres. As regras são definidas coletivamente e ganha a partida quem mais respeitá-las. Não há juízes e sim mediadores que atuam para facilitar os processos e não para definí-los. As regras são organizadas a partir de eixos como cooperação, solidariedade e respeito. Dessa forma um gol feito coletivamente vale mais que um gol surgido do virtuosismo de um(a) só atleta. Jogado dessa forma o futebol torna-se uma poderosa ferramenta educativa para mediação de conflitos, formação de lideranças e desenvolvimento de grupos, coletivos e organizações de base comunitária.

Há no Brasil diversos grupos e organizações que praticam o Futebol de Rua e outras formas de futebol libertário. As experiências, no entanto, estão dispersas.  O processo de realização do Mundial no País será uma oportunidade para articular essas diferentes iniciativas e fortalecer o movimento. Até o final do ano criaremos no Brasil uma rede de futebol colaborativo, uma articulação de práticas de futebol não competitivo e que promovem os direitos humanos e a cidadania.

A Ação Educativa está empenhada na tarefa de organizar o Mundial em São Paulo em parceria com a FUDE – Fundación Fútbol para el Desarollo, da Argentina, organização fundada por Fabian Ferraro,  ex jogador de futebol criador e da metodologia do Fútbol Callejero. Para implementar esta grande missão contamos com o apoio da Terre Des Homes e do Comitê dos Trabalhadores da Volkswagen. Contamos também com o indispensável apoio da Prefeitura de São Paulo, especialmente da Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos e do SP Copa e de muitos outros colaboradores e patrocinadores.

Vem pra rua! Participe do Mundial de Futebol de Rua acompanhado os jogos e a programação cultural e ajude a implementar o Mundial de Futebol de Rua no Brasil.

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