No segundo semestre de 2007, a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SEE) anunciou um conjunto de medidas, ações e metas com o objetivo de melhorar a qualidade da educação paulista. “Uma nova agenda para a educação pública” foi o nome dado à iniciativa, divulgada pela imprensa e formulada sem diálogo com a comunidade
escolar e a participação da sociedade.

No cumprimento da sua missão, a Ação Educativa, por meio do seu Observatório da Educação, assim como fizera com o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), buscou estimular o diálogo e o debate sobre o tema.

O objetivo era, de um lado, proporcionar espaço para que a SEE apresentasse de forma organizada suas propostas, expondo motivos, princípios e ações, de maneira que a sociedade pudesse compreender o plano no seu conjunto.

De outro lado, o evento buscava provocar o debate sobre as reformas, envolvendo atores estratégicos interessados nas políticas educacionais, como a universidade, profissionais da educação, organizações da sociedade civil e profissionais da imprensa.

Assim, em 10 e 11 de abril de 2008, foi realizado o “Seminário Mudanças na Educação Paulista: gestão, currículo e profissão docente”. A SEE foi convidada para apresentar a “Nova Agenda” e para compor todas as mesas de debate.

Houve a confirmação da presença, mas a Secretaria não enviou nenhum representante nem justificou a ausência. Posteriormente, a Ação Educativa enviou uma carta, lamentando o ocorrido, visto que mais de cem pessoas participaram do evento e contavam com a oportunidade de ouvir e interagir com os gestores, e a SEE se desculpou por carta, afirmando que esperava contar com novas oportunidades de interlocução.

Na elaboração desta edição, que sistematiza e aprofunda alguns temas tratados no seminário, a equipe do Observatório da Educação não obteve resposta da SEE à solicitação de uma entrevista. A pauta enviada previamente à Secretaria, conforme sua própria orientação, buscava responder às indagações elaboradas ao longo do seminário.

Lamentando a falta de interlocução com a SEE, apresentamos esta edição do “Desafios da Conjuntura”, na expectativa de contribuirmos com a construção da educação pública de qualidade. As informações e opiniões aqui apresentadas buscam refletir a diversidade dos atores envolvidos na Educação.

Agradecemos de maneira especial às pessoas que se dispuseram a participar das mesas de debate: Aparecida Neri de Souza, professora da FE-Unicamp; Beatriz Rey, subeditora da Revista Educação; Roberto Guido, secretário adjunto de Comunicação do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp); Elie Ghanem, professor da FE-USP; Geraldo Sabino Ricardo Filho, professor da rede pública estadual em Campinas; Gustavo Oliveira, repórter da revista Nova Escola; Ísis Brum, repórter do Diário de S. Paulo; José Luiz Feijó, professor da rede pública estadual em Diadema; Maria Alice Setúbal, diretora-presidente do Cenpec; Maria Silvia Simões Bueno, professora da Unesp-Marília; Regina Oshiro, professora da rede pública estadual na capital; e Romualdo Portela, professor da FE-USP.